terça-feira, 5 de abril de 2016

Lagos Andinos - leia antes de embarcar



Aqui você vai encontrar as principais informações para sua viagem aos Lagos Andinos, um destino rico em paisagens naturais de cair o queixo, lindas cidadezinhas, estradas deslumbrantes e uma ótima estrutura turística.

Quando ir: a alta temporada na região é no verão, durante os meses de dezembro a fevereiro. Chove pouco e a temperatura é agradável. Essa é a melhor época para curtir as belezas naturais dos Lagos, fazer trilhas, dirigir pelas belíssimas estradas e até pegar uma praia de lago (por mais estranho que possa parecer pra gente). Em julho, durante as férias, a cidade também fica lotada. No inverno a diversão é esquiar nas bases dos vulcões. Entre abril e setembro chove bastante na região. Fomos no fim de março. A temporada de verão tinha acabado dia 15. Pegamos tempo bom e só choveu um dia. Durante o dia a temperatura chegava a 20°C, mas à noite fazia muito frio. Se quiser mais informações sobre o tempo, dê uma olhada nesse site.

Quantos dias:os Lagos Andinos ficam na fronteira entre Chile e Argentina. O período da sua viagem vai depender de qual parte você quer visitar. Nós optamos por conhecer só o lado chileno dessa vez, cujas principais cidades que servem de base para os passeios são Pucón e Puerto Varas. Acho que 7 noites são suficientes para conhecer o básico com tranquilidade. Do lado argentino, você tem Bariloche como base e Villa la Angostura e San Martín de los Andes como secundárias. Se for incluí-las no roteiro acrescente no mínimo mais uns 5 dias. 

Como chegar: dois aeroportos servem a região regularmente: Aeroporto de Maquehue, em Temuco, e o  Aeroporto El Tepual, em Puerto Montt. Também há um pequeno aeroporto em Pucón, mas ele só funciona na alta temporada. Não há voo direto desde o Brasil, você terá que fazer uma escala em Santiago. Pela Tam ou Lan você consegue emitir os dois trechos juntos. Outra possibilidade é voar até Santiago com outra companhia e de lá pegar um voo da Lan ou da Sky Airline, que é uma low cost chilena.
Você também pode pegar um ônibus desde Santiago. São 12h de viagem que podem ser feitos durante a noite. A Cruz del Sur e a Tur Bus oferecem o serviço.

Transfer*: 
Aeroporto de Temuco para Pucón 
Van compartilhada - 10.000 pesos pp com um mínimo de 6 passageiros. Geralmente quando chega um voo eles conseguem essa quantidade de passageiros. Te deixa no hotel. Tempo de viagem: 1h20
Táxi: 55.000 pesos. Caso a van não atinja o mínimo de passageiros, você pode tentar dividir com alguém o valor do táxi. Tempo de viagem: mesmo que a van.
Ônibus: você terá que pegar um táxi (18.000 pesos) ou uma van (5.000 pesos pp) até o terminal de ônibus da empresa JAC no centro de Temuco e de lá o ônibus para Pucón (3.200 pesos pp). Em Pucón você pega um táxi para o hotel (2.000 pesos se for no centro). Tempo de viagem: 30min até Temuco + 2h até Pucón.

Aeroporto de Puerto Montt para Puerto Varas
Táxi - 20.000 pesos
Ônibus - você terá que pegar um ônibus ou um táxi até o terminal de ônibus de Puerto Montt e de lá um micro-onibus para Puerto Varas.
Van -  há empresas como a Turistur que fazem o serviço. 

Dica: Uma boa opção é alugar um carro no aeroporto de chegada para entregar no de saída. As grandes empresas de aluguel de automóveis permitem retirada e devolução em lugares diferentes mediante uma taxa. Você fica com mais liberdade. O maior trajeto será de Puerto Varas a Pucón (320 km). Você segue todo o tempo pela via Panamericana Sur/Ruta 5 que é uma ótima estrada. Nós preferimos alugar carro nas duas cidades e fazer o trajeto entre Pucón e Puerto Varas de ônibus (4h30). Ficou mais barato.


Onde ficar: as duas cidades bases da região são Pucón e Puerto Varas. A primeira segue uma linha mais rústica, com um centrinho pequeno e charmoso, onde todo o comércio gira em torno da rua principal, a O'Higgins. Os principais passeios da região são trilhas em parques belíssimos, cachoeiras, termas, praias de lago e a subida ao vulcão Villarica. A estrutura turística é boa, mas a chegada às atrações sempre passa por uma estrada não pavimentada ruinzinha. Já Puerto Varas é uma cidade um pouco maior, com grandes hotéis e muita variedade gastronômica.  Nem por isso a paisagem é menos encantadora. Se em Pucón o Villarica é a estrela, na outra o Osorno emoldura o lago Llanquihue. O acesso às atrações também é mais tranquilo, pois todos os caminhos são em estradas asfaltadas. A subida até a base do Osorno, os Saltos de Pretohué, o Lago todos os Santos e a cidade de Fruttilar são os passeios imperdíveis da região.

Dica: Puerto Montt não é uma boa opção de estadia na região. A cidade é feia e sem atrativos. O único passeio que se indica é a visita ao Mercado Angelmo para um almoço. Mesmo assim, sinceramente, acho que até ele é dispensável.  

Locomoção: recomendamos fortemente o aluguel de um carro. Alugamos em Pucón e Puerto Varas com empresas pequenas que só exigiram a carteira de motorista brasileira para fazer a reserva. Mas se você puder emita uma carteira internacional, achamos mais seguro. As estradas são ótimas, seguras e bem sinalizadas. O único risco é você se distrair com a paisagem estonteante ao seu redor. Mas se essa opção não serve pra você, não se preocupe, o que mais tem em ambas as cidades são agências de turismo oferecendo todo tipo de passeio.


Alimentação: come-se bem na região. Um dos pratos típicos é o ceviche. O salmão sempre esta nos cardápios e a carne de cordeiro é bem apreciada por lá. Toda refeição inclui uma entradinha com pães e manteiga que não é cobrada.Também é fácil encontrar pizza e sanduíches. Nas duas cidades há mercados no centro. Para quem gosta de beber, além do vinho, o pisco sour e as cervejas artesanais valem a pena. O preço da refeição em um restaurante razoável equivale ao de São Paulo ou Rio no Brasil. Só o vinho é mais barato. A propina (gorjeta) de 10% é opcional e sempre vem discriminada na conta. Um detalhe legal, pelos menos pra gente, é que os chilenos jantam tarde. Mesmo após às 22h você encontra lugares abertos.

Compras: roupas de lã e artesanato em madeira são os produtos típicos. O melhor lugar para comprar lembrancinhas é nas lojinhas que ficam nas proximidades do Mercado Algemó em Puerto Montt. Além disso, você vai encontrar muitas geléias, pastas e chocolates nas lojinhas de Puerto Varas. Se quiser vinhos, compre em Santiago ou no free shopping.
Dica: logo que você passa na emigração do aeroporto de Santiago você entra loja da Duty Free, onde há uma boa variedade de vinhos. Mas se estiver com tempo, procure uma loja especializada em vinhos (só não lembro o nome) que tem no free shopping e faça uma pesquisa.

Dinheiro: as duas cidades têm casas de câmbio e bancos. A opção mais econômica é levar dólar ou real e trocar por pesos lá. Caso sua viagem inclua Santiago, troque todo o dinheiro na capital. Segundo o pessoal do hostel, o melhor lugar para trocar moeda em Pucón é no Banco Estado. Se você não gosta de levar muito dinheiro em espécie, pode levar um cartão pré-pago internacional ou sacar direto da sua conta no Brasil. Só não aconselhamos usar o cartão de crédito, pois você fica sujeito à variação cambial.

O que usar: durante o verão é calor durante o dia e frio à noite. Dá até para usar bermuda. Para visitar os vulcões também convém levar um bom casaco. Outono e primavera o clima já é frio pra gente e no inverno congelante. Em qualquer situação a roupa adequada vai te deixar confortável. A combinação de segunda pele (aquelas blusas e calças fininhas), blusa de fleece ou outro material bem quente e casaco apropriado para baixas temperaturas por cima é o ideal. Roupas impermeáveis são necessárias para esquiar. Mas geralmente você consegue alugar por lá. Uma dica super importante é que o sapato tem que ter solado de borracha, pois o couro deixa passar a friagem. Além disso, não esqueça de levar meias bem quentes, luvas, cachecol e gorro. Lembre-se que o sol é forte em lugares de altitude elevada, óculos de sol, inclusive no inverno, e boné no verão são essenciais. E não esqueça de levar roupa pra banho se quiser curtir uma praia de lago no verão ou visitar as termas em Pucón. Sempre dê uma olhada na previsão do tempo para não ter surpresas.

O que levar: Leve protetor solar em qualquer época e repelente durante o verão, principalmente se quiser visitar os parques.

Para saber sobre imigração e outras dicas úteis sobre o Chile, dá uma olhada na nossa página sobre Santiago que está tudo lá.

* Valores atualizados em abril de 2016.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Pucón - chegada


De Santiago a Temuco o voo dura 1h20. O pequeno aeroporto foi reformado recentemente.


Fachada do simpático aeroporto de Temuco.

Uma mala foi danificada e perdemos 1h para conseguir fazer a reclamação na Lan. O plano inicial era ir de ônibus para Pucón, o que levaria umas 3hs. Acabamos encontrando uma opção melhor, pegar uma van direto para nosso hotel em Pucón por 10.000 pesos pp. Só tivemos que esperar o voo seguinte chegar para completar o mínimo de passageiros da van compartilhada (6). Após 1h15 de viagem, chegamos em Pucón. Achei o melhor custo-benefício, pois ficou uma diferença pequena para a opção ônibus+van (8.200 pesos pp, sem contar o táxi até o hotel desde o terminal de ônibus em Púcon) e chegamos muito mais rápido.
* Valores atualizados em abril de 2016.

A estrada é boa e segue por uma região com muito verde. Acabei caindo no sono e acordei exatamente na hora em que o Villarica surgiu no horizonte lindo e imponente no alto de seus 2847m. 


Estávamos chegando na cidade de Villarica para deixar alguns passageiros. Depois a estrada segue beirando o lago de mesmo nome.

O hostel em que ficamos, o Frontera Pucon Hostel, é comandado por um casal de brasileiros, Ana e Léo. Simpáticos e prestativos, deram dicas de tudo, sugeriram passeios e a empresa para aluguel do carro. Fica em uma linda casa de dois andares próxima ao lago. O quarto standard é muito confortável, amplo, cama boa, aquecedor, wifi, banheiro de tamanho razoável com uma boa ducha e o melhor de tudo: uma varada com vista para o vulcão Villarica.






Embora não tenha frigobar, você pode usar a geladeira do hostel. O café da manhã é básico, mas bom. Só acho que era servido um pouco tarde (9h). Localização excelente. Em 5 min de caminhada você chega à Calle O’Higgins, a principal da cidade.

Logo que chegamos fomos para a cidade reservar nossa subida ao vulcão Villarica, principal tour da região. Bom, esse era o plano. A princípio qualquer um com um bom preparo físico consegue subir o Villarica. Esse vulcão entrou em erupção pela última vez dia 03/03/2015. O acesso ficou interditado durante meses.




Fomos na agência indicada pela pousada (Aguaventura) e o guia nos informou que a subida estava mais difícil e perigosa por causa das pedras expelidas pelo vulcão durante a erupção. O problema é que havia pouca neve no cume quando fomos e teríamos que caminhar sobre essas pedras soltas. Ainda estivemos em outra agência (Patagônia Experience) e nos confirmaram a informação, embora não tenham nos desencorajado a subir como na anterior. O tempo também não estava perfeito, ventava bastante. Acabamos desistindo da subida.

Dica1: se seu objetivo em Púcon for subir o Villarica, fique mais dias na cidade, pois a subida depende muito das condições climáticas e assim você aumenta suas chances de conseguir um dia bom. Além disso, esteja descansado na véspera. Nós não estávamos e isso contribuiu para nossa decisão de desistir. E se você não for expert no assunto, veja os relatos na internet de quem subiu para decidir se você deve ir mesmo. Um bom site é o Mochileiros.com. Não nos arrependemos de não ter subido. Pucón tem outras atrações legais, como parques com trilhas de diferentes níveis, rafting, cachoeiras e muito mais.

Dica2: Nos ofereceram como alternativa ao Villarica subir o vulcão Quetrupillán. Ele é mais baixo e o caminho menos íngreme, embora mais longo. Está inativo e a única atração seria a vista lá de cima. Não nos interessou. Outra opção seria ir até a cidade de Mallipeuco e arranjar um guia para subir o vulcão Sollipulli. O legal nele é que sua cratera foi coberta por um glaciar e você pode andar sobre ele. A subida é mais fácil que a do Villarica. Com pouco tempo e informação, ficamos com medo de não conseguir um guia lá e perder a viagem.  Mas pesquisando acho que dá pra organizar com antecedência.

O centro da cidade de Pucón é lindinho. Ruas floridas, construções baixas em madeira e aquele visual maravilhoso ao redor com o Villarica aparecendo entre uma rua e outra durante a caminhada. A rua principal é a O'Higgins, onde você encontra todo tipo de comércio.





Na cidade há um semáforo de alerta vulcânico. Ainda bem que ele ficou o tempo todo verde.

Estávamos seguros, de acordo com a sinalização.


De olho no painel!!!!!
Essa é a chamada Praia Menor com o onipresente vulcão Villarica ao fundo.




Almoçamos uma pizza no Café de la P. Estava ótima. Os sucos também são legais.



Nosso jantar foi no restaurante Fiorentini. Especializado em massas, mas com uma truta muito boa.




Lagos Andinos. Leia antes de embarcar

Pucon. Ojos del Caburgua, Playa Blanca e Termas Geométricas


Puerto Varas. Saltos de Petrohue e Lago Todos os Santos

domingo, 3 de abril de 2016

Pucón - Parque Villarica, Saltos la China e del Leon e visita à base do vulcão.

Resolvemos alugar um carro para conhecer o Parque Nacional Villarica, na fronteira com a Argentina. Alugamos na Kilometro Libre Pucon. Pagamos 25.000 pesos a diária para um carro básico e tivemos um desconto de 10% para pagamento em dinheiro.

No caminho passamos em duas cachoeiras, Salto la China e Salto del Leon. Elas ficam em propriedades privadas praticamente uma ao lado da outra. A entrada é paga, 2.000 pesos pp em cada. O chato é a estrada até lá, saindo da principal você segue por 10km de estrada não pavimentada. A região é muito bonita, com pastos muito verdes e montanhas ao redor.

* Valores atualizados em abril de 2016.





Salto la China




A estrada que leva ao parque já é um espetáculo, passando entre mata, montanhas, lagos e vulcões. O Lánin, metade do Chile e metade da Argentina, é o vulcão mais imponente da região. Ainda que você não goste de trilha, há vários mirantes pelo caminho. Perto da fronteira tem uma placa na estrada que indica a entrada do parque. Logo após, você vai ver o receptivo do parque à esquerda, onde há banheiro e um painel com o mapa das trilhas. Tire uma foto do mapa para você se guiar. 






O visual é lindo.


Resolvemos fazer a trilha dos Lagos Andinos. Seguindo a estrada você vai ver um grande lago do lado esquerdo. No fim dele há um local para estacionar. Esse lago é o início da trilha no mapa, que continua do outro lado da pista. 


Seguimos a trilha rosa (Sandero Lagos Andinos) até a Laguna Huinfiuca.
O funcionário do parque que nos atendeu lá no receptivo disse que a parte da trilha que levava à Laguna Plato não estava segura, por isso deveríamos seguir para a laguna Huinfiuca direto. A trilha é bem tranquila, só há uma pequena parte mais íngreme.








Em alguns pontos a sinalização é precária, mas é só procurar que você encontra uma indicação.


Para um lado e para um outro.
Boa sinalização.


Com detalhes importantes.


Às vezes, quase imperceptíveis.












O trecho mais legal é quando você avista o vulcão Lánin em meio as árvores.



Após uma hora de caminhada chegamos ao lago. Ele é cercado pela mata e sua água tem várias tonalidades. Siga para a direita, de quem está de frente para o lago, que você conseguirá ver o vulcão Lanin ao fundo. Muito lindo!



Na volta resolvemos subir de carro até a Estação de Esqui do vulcão Villarica. São 10km de estrada não pavimentada com boa parte inclinada. A estrada é péssima, cheia de pedrinhas e "costelas". Estávamos em um carro pequeno que não era novinho. Com calma e sem pressa você chega. Fomos no fim da tarde. A vista é linda e dá pra caminhar por lá.


Carcará




Dica: Fora da temporada de inverno o teleférico só funciona pela manhã para o pessoal que vai subir o vulcão. Isso quando o vento permite. Aliás, tudo fica fechado, inclusive os banheiros.

Jantamos no restaurante Trawen. Eu comi um risoto de frutos do mar e o Carlos uma carne. Gostosos, mas bom mesmo estavam o Ceviche de entrada e o pisco sour.