domingo, 13 de outubro de 2019

Indonésia - Ubud


Se você busca a Bali do livro/filme Comer, Rezar e Amar, de Elizabeth Gilbert, esse é o seu lugar. Lá você vai encontrar estradinhas entre campos de arroz, lindos templos e aquele clima zen.
Ao chegar na cidade, o trânsito caótico e as calçadas estreitas e esburacadas do centrinho podem te fazer pensar que tudo que você leu sobre Ubud é fake. Mas não desanime! Basta se afastar um pouco desse epicentro turístico e você vai se deparar com paisagens de tirar o fôlego.


Além disso, as pessoas são muito simpáticas e sempre te recebem com um sorriso.
Outra característica marcante do balinês é a religiosidade e em Ubud você consegue visualizar isso bem de perto. Toda casa tem um templo e todo dia pela manhã as pessoas colocam uma oferenda na porta de casa, do restaurante, do hotel,...Também é normal ficar preso no engarrafamento por conta de uma procissão. Em respeito a isso, na medida do possível, tente seguir as regras de visitação dos templos. Geralmente eles só exigem o uso do sarongue (pode ser uma canga) e ombros cobertos. 


Como chegar: do aeroporto de Denpassar você pode contratar um transfer privado (300.000Rp), pegar um táxi ou o ônibus da Kura Kura, que é uma opção mais barata. Mais informações no site.
Dica: ao chegar no aeroporto você será abordado por taxistas oferecendo o serviço. Ignore e siga para o quiosque oficial. Há sinalização. Lá você pode escolher entre contratar uma van por preço fixo ou um táxi e pagar pelo taxímetro (mais barato). Como o trânsito em Bali é horrível a maior parte do dia, a diferença não será muito grande entre um e outro. 


Como se locomover: não há transporte público em Ubud. A moto é o meio mais barato e mais utilizado por turistas e locais. Mas dirigir na Indonésia não é pra qualquer um. O trânsito é bem complicado e as regras nem sempre são seguidas. Contratar um motorista/guia é a melhor opção pra quem não quer se aventurar em uma scooter. O próprio hotel costuma oferecer o serviço. Um tour de dia inteiro sai por US$45,00 em média, sem entradas incluídas. Foi o que fizemos. Preferimos contratar o guia diretamente. Após pesquisar em vários sites, resolvemos contratar o Roby. Ele foi ótimo. Fala bem inglês e um pouco de português (https://www.facebook.com/wayanrobyparwanto.roby). Falo mais sobre o ele no post Indonésia - Leia ante de embarcar.
Você também encontra várias empresas na internet que oferecem os passeios.
Para locais próximos você pode alugar uma bicicleta se não quiser caminhar. Há muitas lojas de aluguel na cidade. Também dá para contratar passeios guiados de bike entre os campos de arroz. Só não fizemos por falta de tempo. Outra opção são os táxis. Eles não usam taxímetro, por isso negocie o preço antes.

Onde ficar: para quem não vai alugar uma moto, a melhor opção é ficar próximo ao centro de Ubud. 


Com transporte próprio eu pensaria em me hospedar nos arredores em meio aos campos de arroz.

Nosso hotel: The White Villas Ubud. Ele fica próximo ao centro (10min de caminhada). Nem parecia que estávamos tão perto tamanha era a tranquilidade do lugar. O terreno era cercado por uma área de floresta que se estendia para além da piscina de borda infinita. 



Havia apenas 3 casas separadas por muros de cerca viva e um belo jardim. Tudo super confortável e de ótima qualidade. Decoração linda. O café da manhã era servido na varanda de acordo com as opções escolhidas no dia anterior. Não é aquele café super completo, mas achei suficiente. Tinha café, leite, pão, suco, fruta e ovos. Todo o pessoal do hotel foi extremamente simpático.


O que ver e fazer

Em Ubud

Monkey Forest (Floresta dos Macacos)



É um parque com três templos e mais de 600 macacos circulando livremente entre os visitantes. O templo Pura Dalem Agung é o mais interessante.


Deve-se ter cuidado com os macacos, que passam o tempo todo de olho nos pertences dos visitantes. Um roubou minha garrafa de água do suporte da mochila. Dei sorte, porque eles pegam celular, carteira e até a mochila se você se descuidar.

Embora simpáticos...são bem matreiros e estão sempre armando algo.
Não se deve olhar nos olhos deles e nem sorrir, pois mostrar os dentes é sinal de agressão. Horário: 8h30 às 18h. Preço: 40.000Rp

Regras básicas de convivência.
Dica: eles possuem um serviço de transporte incluído no ingresso que passa por alguns pontos da cidade. É só apresentar o ticket ao motorista, o qual pode ser comprado perto do Palácio de Ubud ou pela internet.



Ubud Palace

Esse palácio ainda é usado como residência da família real. A maior parte do complexo, que também possui um templo (Puri Saren Agung), foi construído após o terremoto de 1917. A parte aberta à visitação é pequena. Entrada grátis. Em algumas noites há show de dança tradicional.


Dica: O show de dança Kekak é considerado uma das principais atrações em Bali. Por isso fiz questão de assistir um em Ubud e outro em Uluwatu (o mais famoso). Meu conselho é que você só vá ao show no Templo de Uluwatu, que é mais animado. A história é a mesma e os dois shows são feitos para turistas. Há shows de dança balinesa em vários lugares em Ubud. Nós assistimos à apresentação no Palácio. O lugar é bonito e os atores são bons. Mas a música dá sono, as cadeiras são desconfortáveis e a história é lenta. Essa é a nossa opinião sincera (compartilhada por várias pessoas que saíram no meio do show). É o tipo de apresentação típica pra você assistir uma vez. E se for para escolher, fique com o show de Uluwatu.

Ubud Market

É o mercado de rua da cidade. Fica em frente ao Palácio. Um bom lugar para comprar lembrancinhas. 


Tem que pechinchar, pois eles colocam um preço mais alto esperando isso. Aliás, a maioria já fala que é o preço sem desconto. Aí você oferece um valor, o vendedor outro e assim vai até chegar a um acordo. Geralmente conseguíamos diminuir entre 30% a 50%.

Pura Taman Saraswati

Muito conhecido pela grande quantidade de flores de lótus que brotam no lago em sua entrada. O acesso ao interior do templo estava fechado, mas o visual da fachada é muito bonito. Entrada grátis. Também possui show de dança à noite que pode ser combinado com um jantar em seu restaurante. Almoçamos lá e achei o custo-benefício ótimo. A comida é boa, o lugar é lindo e o preço não foi absurdo. Para assistir ao show convém reservar, assim você consegue uma boa mesa.



Museus

São museus dedicados à arte balinesa e aos pintores estrangeiros que viveram na região e divulgaram ao mundo a ilha. Nós não fomos em nenhum por falta de tempo, mas acho que deve ser interessante conhecer um pouco mais da cultura local. Também é uma opção para dias chuvosos.

Agung Rai Museum of Art

O ARMA é um museu de arte moderna localizado em prédios tradicionais em meio a um belo jardim. É divertido visitá-lo quando há aulas de dança para crianças nos jardins (15h às 17h de 2ª a 6ª ou 10h no domingo). Horário: 9h às 18h. Preço: 60.000Rp.

Museum Puri Lukisan

Museu dedicado à arte moderna balinesa.

Neka Art Museum

Especializado em arte balinesa. Próximo à Campuhan walk. É um bom lugar para se aprender sobre o desenvolvimento da pintura em Bali. Horário: 9h às 17h. Preço: 50.000Rp

Caminhada

Campuhan Ridge Walk

Caminhada entre campos de arroz na área rural de Ubud. Muito bem avaliada no Trip Advisor. Só fizemos uma parte. O início fica na entrada do IBAH hotel. Há placas meio escondidas indicando o caminho.


Pura Gunung Lebah

Antigo templo na confluência entre dois rios que foi recentemente restaurado. Possui lindos entalhes. Fica no início da trilha Campuhan Ridge.

Arredores

Ulun Danu Beratan Temple

Um dos templos mais fotografados de Bali está na nota de 50.000Rp. Fica no meio do lago de mesmo nome. Ele é um templo hindu-budista do século XVII, dedicado à Dewi Danu, a deusa das águas. Vive lotado de turistas. Horário: 6h às 18h. Preço: 30.000Rp



Jatiluwih Rice Terraces

Esses terraços de arroz ainda utilizam o tradicional sistema de irrigação balinês chamado Subak, que consiste na plantação em degraus intercalados com canaletas por onde a água circula. A sucessão de terraços com camadas sobrepostas de plantações de arroz se espalham por uma área de 34km².



Pelo seu valor histórico e cultural, eles foram declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco. 


O visual é maravilhoso e o clima é de tranquilidade, com o barulho da água correndo pelos canais. 



É um ótimo lugar para fotos. Costumam ter menos turistas, pois ficam distantes de Ubud. Entrada: 40.000Rp

Pura Luhur Batukaru

Foi o templo principal de um dos reinos que governavam a ilha antes dos europeus chegarem. Foi um dos mais bonitos que visitamos. Costuma ficar mais vazio. Horário: 8h às 18h. Preço: 20.000Rp por pessoa e 5.000Rp por carro.



Monte Batur

Vulcão ativo e com uma famosa caminhada noturna para assistir ao nascer do sol de seu cume. Há várias empresas que oferecem o tour. Outras levam somente até à base para se admirar a vista em passeios que incluem outros pontos turísticos. Nós optamos por não ir por causa do horário, você sai do hotel por volta de 2h da manhã. Mas deve ser sensacional.

Pura Tirta Empul

Este templo é conhecido pela suas águas sagradas. Tanto locais quanto turistas seguem o ritual de passar pelas cascatas da grande piscina de onde jorra a água sagrada.


Acho que é o único templo em Bali onde o visitante consegue ter essa experiência de fazer parte de um ritual religioso. Vive cheio, por isso é melhor ir bem cedo ou no fim do dia. Horário: 7h às 18h. Preço: 15.000Rp


Dica: para fazer o ritual você deve alugar um sarongue especial verde dentro do templo. Vi algumas pessoas sem ele, mas acho que por respeito é bom seguir a tradição. Preço: 10.000Rp.

Pura Gunung Kawi

É um antigo monumento formado por 10 memoriais esculpidos na rocha. São como esculturas em nichos e foram feitos em homenagem a membros de antigas famílias reais balinesas. 




Tamanha é a importância desse templo que ele foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.


O legal é que ele tem um quê de Indiana Jones, fica no meio da mata com um rio correndo entre as rochas. 


O único problema é o acesso. São quase 300 degraus para chegar lá. Mas vale a pena. Fica próximo ao Tirta Empul. Horário: 7h às 18h. Preço: 15.000Rp



Tegallalang Rice Terrace

São os terraços de arroz mais próximos de Ubud (15min). Isso faz com que esteja sempre lotado. O acesso é por degraus, o que pode ser um problema para quem tem alguma dificuldade de locomoção. Mas o lugar é lindo, fica no meio da mata. Possui vários restaurantes no entorno onde se pode almoçar aproveitando o visual ao redor. Entrada: 10.000 IDR



Dica: no meio das trilhas há pessoas “pedindo” doações. Na verdade elas cobram um pedágio, porque não deixam você passar se não der algum dinheiro. Minha sugestão é separar algumas moedas ou notas pequenas pra isso e não discutir. Vi uma mulher argumentando que já tinha pago pra outra pessoa mas não adiantou, o senhor que pedia não deixou ela passar. É chato, mas acho que o importante é não deixar isso estragar seu passeio.

Dica: Jatiluwih X Tegallalang
Os dois terraços de arroz mais famosos de Bali são muito diferentes entre si, por isso se você puder visite ambos. Mas se eu tivesse que escolher seria o Jatiluwih. Ele é maior, mais vazio e fica em uma área afastada e tranquila. E a trilha é quase toda plana. Em compensação, você vai gastar em torno de 1h30 até lá. O Tegallalang seria o turistão. Fica a 15min do centro de Ubud, por isso todo mundo vai. Sabe aquelas fotos da pessoa entre os campos de arroz com vestido esvoaçante ou no balanço? São todas de lá. Vi muita gente fazendo essas fotos. Além disso, suas trilhas não são acessíveis para pessoas com dificuldade de locomoção. Você sobe e desce escada o tempo todo. Mas ele é muito bonito também e ganha no quesito distância.

Goa Gajah

Templo escavado na face de uma rocha. O portal de entrada é a cabeça de um demônio e você entra pela boca. Também chamado de Caverna do Elefante. Talvez porque a figura esculpida na entrada lembra um elefante. É uma popular parada de tours, por isso tente chegar antes das 10h. Fica há 2km de Ubud. Horário: 8h ás 17h30. Preço: 15.000Rp

Yeh Pulu

Trata-se de um sítio histórico formado por um penhasco de 25m de comprimento esculpido com cenas do dia-a-dia. Acredita-se que ele seja do fim do século XIV. Próximo ao Goa Gajah. Horário : 8h às 17h30 Preço: 15.000Rp

Onde comer

Achei esse restaurante familiar no Trip Advisor. Super recomendado. Ele fica fora do centro de Ubud (10min de carro). 





Esse almoço foi uma das melhores refeições da viagem. O pequeno salão de refeições fica ao fundo do terreno e é cercado por um bonito jardim. O menu é reduzido, mas os pratos são saborosos, bem servidos e baratos. O atendimento não podia ser melhor. Indico para quem quiser provar a culinária típica balinesa em um ambiente simples e acolhedor.

Susu Ibu
Ótimo lugar para beber e beliscar. Ambiente moderninho que serve ótimos drinks. As entradas eram tão apetitosas que nem pedimos prato principal. Não é um lugar barato se comparado à media de preço local.

Cafe Lotus
É o restaurante que fica no templo Pura Taman Saraswati. Ele tem vista para o prédio principal do templo e o lago cheio de flores de lótus. No almoço é um lugar que emana paz e tranquilidade. Ainda dá pra se divertir vendo as pessoas fazendo poses das mais divertidas e interessantes. No jantar tem show de dança balinesa (convém reservar). A comida e o atendimento foram bons. É um lugar turístico mas com bom custo-benefício.




Comida saborosa, cerveja gelada, ambiente descontraído e ótimo atendimento. Tudo isso já seria razão suficiente para recomendar esse restaurante. Mas além disso eles dirigem um projeto social. As mesas são compartilhadas e os atendentes são jovens da comunidade em treinamento. Muito legal a proposta.




Compras:


O Mercado de Ubud é o lugar para comprar lembrancinhas e artesanato. A negociação faz parte da compra. O desconto gira em torno de 30% a 50%. Também tem muitas boutiques bacanas nas ruas de Ubud. Agora, se você tiver tempo, vale a pena visitar as vilas onde moram os artesãos. Elas ficam nos arredores da cidade. Lá você vai encontrar produtos autênticos com ótimos preços. Uma boa dica é a vila de Mas, conhecida pelos trabalhos em madeira, e Sukawati, que tem um mercado especializado em artesanato.

*Os preços e horários informados são de setembro de 2018.

terça-feira, 9 de julho de 2019

Delta do Parnaíba e Barra Grande - Roteiro de 7 dias

O Delta do Parnaíba e Barra Grande fazem parte da Rota das Emoções, um roteiro que vai dos Lençóis Maranhenses até Jericoacoara. Fizemos a parte da Rota que vai de Parnaíba a Jericoacoara. O passeio ao Delta do Parnaíba foi incrível e a vila de Barra Grande é um charme. Uma das coisas que nos encantou foi o fato de o turismo de massa não ter chegado na região, como está acontecendo em Jeri. Estivemos lá há 13 anos e achamos tudo diferente. Embora continue sendo um lugar belíssimo, ela perdeu muito do seu charme de vilinha rústica. Encontramos esse clima em Barra Grande.


Quando ir: A alta temporada vai da 2a quinzena de junho até a 1a quinzena de dez. O tempo fica firme e os ventos perfeitos para a prática de kitesurf. O turista nacional aproveita as férias de julho e feriados. De agosto até o fim da alta temporada a cidade é frequentada por europeus. No resto do ano o tempo fica instável e pode chover a qualquer hora. Mas não costuma chover o dia todo. 
Viajamos na baixa temporada. O problema é que Barra Grande fica vazia. A maior parte dos bares e restaurantes funciona, mas você não vai ver aquele céu colorido pelas velas dos praticantes de kitesurf e a vila fica deserta à noite. Além disso, o mar fica mais escuro e com algas. Em compensação, os preços de hospedagem caem pela metade. Minha dica para quem fizer o roteiro na baixa temporada é que tente encaixar Barra Grande no fim de semana, quando há mais movimento.


Como chegar: a única companhia que voa para o pequeno aeroporto de Parnaíba é a Azul e só tem voo aos sábados. Ele chega às 14h35 e parte às 15h05. Os aeroportos de Jericoacoara (3h) e de Teresina (5h) são os mais próximos com voos regulares de outras empresas.


Locomoção: embora haja linhas de ônibus em Parnaíba, os horários não são regulares. Para visitar as praias pode ser uma opção, mas não aconselho ir para Barra Grande, pois a viagem de 1h é feita em ônibus comum. O melhor é usar táxi ou alugar um carro. Há lojas da Hertz e da Localiza em Parnaíba. O problema é que elas fecham no sábado ao meio-dia e só retornam na segunda. Ou seja, você terá que pegar o carro na segunda e entregar no sábado bem antes do horário do voo.
Uma boa opção para quem viaja sozinha ou em dupla é usar o serviço compartilhado da empresa Rota Combo, que funciona entre as cidades da Rota das Emoções. Ela oferece transfer desde os Lençóis Maranhenses até Jericoacoara em dias alternados. Ou seja, você precisa planejar o deslocamento de ida e volta nos dias de transfer. Eles colocam todas as informações no site e a reserva pode ser feita online.
Você também pode contratar um transporte privativo. A partir de 3 pessoas já vale a pena.
Preços de transfer entre Parnaíba e Barra Grande:
Veículo privativo: R$180,00 o carro para até 5 pessoas.
Veículo compartilhado (Rota Combo): R$65,00 por pessoa.
*Preços de maio/2019

Onde ficar: em Parnaíba aconselho ficar próximo ao Centro, pois a região das praias é distante do local de início do passeio ao Delta e não tem vida noturna. Se você fizer questão de se hospedar na praia, procure um hotel na vila de Coqueiro. Ficamos no hotel-boutique Casa de Santo Antônio, no centro de Parnaíba. Lindo, confortável e com atendimento impecável. Foi o melhor hotel da viagem. A vila de Barra Grande é pequena e está repleta de pousadas no estilo rústico-chique. Todas ficam a uma pequena distância da praia e da rua principal. Se você quiser vista para o mar e ótima estrutura, uma boa opção é a BGK. Eles têm a própria escola de kitesurf e um bar de praia excelente. Também gostei do La Plage, na rua principal. Ele foi construído em estilo grego. Tem quartos amplos, piscina e um rooftop com vista para a praia que costuma abrir para não hóspedes nos fins de semana. Ficamos na La Cozinha, que também recomendo. É menor e muito aconchegante. Você se hospeda em confortáveis cabanas espalhadas pelo jardim. Tem piscina e um dos melhores restaurantes da vila. No fim do post falo detalhadamente da nossa experiência nos dois hotéis.

Casa de Santo Antônio

La Cozinha
Alimentação: Peixe, camarão, caranguejo e mariscos frescos são a base da culinária local. A gastronomia vai do simples peixe grelhado até pratos sofisticados feitos com ingredientes regionais. A moqueca parnaibana, a torta de caranguejo e o caldo de sururu (espécie de marisco) são alguns exemplos de pratos típicos. Não deixe de experimentar as frutas nordestinas, como cajá, tamarindo, caju, e a cajuína, espécie de refrigerante que eu acho que só tem no Piauí.

Caldo de Sururu


Compras: em Parnaíba você pode visitar a Casa das Rendeiras dos Morros da Mariana, que fazem lindos trabalhos em renda de bilro. Não é um passeio oferecido pelas agências, mas vale a pena conhecer um pouco dessa tradição passada entre gerações. Fica em Ilha Grande, no caminho para o porto dos Tatus, de onde sai o passeio para o Delta.

Planejei um roteiro de uma semana só no Piauí, que você pode ajustar para incluir Jericoacoara e/ou os Lençóis Maranhenses. Pode confiar, você vai se surpreender.


Dia 1 Sábado 
Pegue o voo da Azul para Parnaíba. Ele sai do aeroporto de Viracopos-SP no sábado às 11h10 e chega em Parnaíba às 14h35. Táxi do aeroporto para o hotel: 30 reais. Reservamos com um taxista indicado pelo hotel.
Parnaíba é a segunda maior cidade do Piauí, mas o centro tem cara de cidade pequena. Lá você encontra bancos, mercados e agências de turismo. Ela serve de base para o passeio do Delta. Tem boas opções de hospedagem e restaurantes. Mas não espere encontrar uma mega estrutura turística.


Aproveite o fim do dia para ver o pôr do sol na praia da Pedra do Sal. À noite o ponto de encontro é no Porto das Barcas, região com bares à beira rio.


Dia 2 Domingo
Passeio para conhecer o Delta do rio Parnaíba, que fica na divisa entre os estados de Piauí e Maranhão. Nós fins de semana há barcos grandes que saem pela manhã para um tour com almoço e música. O preço é melhor, mas o barco é lotado e barulhento. O melhor é fazer o passeio nas lanchas chamadas voadeiras.  Você pode alugar uma para um tour de dia inteiro ou escolher entre o passeio da manhã com parada para almoço e o da Revoada dos Guarás que sai à tarde. Escolhemos fazer apenas o passeio da tarde, que acredito ser o melhor. Reservamos no hotel com a agência Clip (http://clipecoturismo.tur.br/) e foi ótimo.



Vou colocar aqui o itinerário dos dois.

Opção 1: Tour de dia inteiro pelo Delta do Parnaíba
O passeio começa no Porto dos Tatus, que fica na cidade de Ilha Grande há 20 min. de Parnaíba.  Lá você embarca em uma lancha rápida e segue por estradas fluviais que passam entre as mais de 80 ilhas que compõem o Delta do Parnaíba. Até o encontro do rio com o mar é 1h de passeio em meio a uma paisagem pitoresca, onde você observa pássaros, caranguejos e uma rica vegetação.


Que tal comer ostras frescas colhidas na hora? Ė possível. Descobrimos que há criação de ostras no Delta. Depois você pode almoçar na ilha das Canárias. Os restaurantes mais indicados são o da pousada Casa de Caboclo (http://www.casadecaboclo.com/o-restaurante.html), que é a melhor opção de hospedagem para quem quiser dormir no Delta, e o Osvaldo. Após descansar do almoço, siga de barco para o outro lado da ilha das Canárias, que é formado por dunas e lagoas. Do alto das dunas você avista o mar. Lindo demais!




O grand finale é a revoada dos guarás ao pôr do sol, quando centenas de pássaros vermelhos voam para uma pequena ilha que escolheram como dormitório.  Um espetáculo!




Opção 2: Visita ao centro histórico pela manhã e passeio de barco à tarde
Faça apenas a Revoada dos Guarás com parada na ilha das Canárias para banho. Ele sai às 14h do hotel. Pela manhã você pode dar uma volta pelo centro histórico da cidade. Não está muito preservado, mas para quem gosta vale a pena. Em uma hora você conhece.


A Catedral de Nossa Senhora da Graça e a pequenina igreja de Montserrat, a mais antiga da cidade (1711).




Jantar: sugiro o Caranguejo Expresso para provar a torta de caranguejo, prato típico da região. Para algo mais sofisticado vá ao Mangata, considerado o melhor da cidade, ou faça reserva no restaurante do Hotel Casa de Santo Antônio. A moqueca parnaíbana é dos deuses.


Dia 3 Segunda
Pegue o carro cedo na locadora e faça o roteiro pelas praias ou um tour ao Parque Nacional das Sete Cidades (2hs), que guarda pinturas rupestres dos primeiros habitantes da região.
Se não alugar o carro, reserve o passeio com um taxista ou agência. Para visitar as praias de Atalaia e Coqueiro, em Luis Corrêa, você pode ir de ônibus.

A praia de Atalaia é boa para banho. Ela conta com estrutura de bares e um calçadão. Pena que estava tudo com aparência de mal cuidado. É a mais popular. Nas férias de julho os teresinenses lotam o local. Fora da temporada fica quase deserta e o Restaurante Carlitos é um dos únicos que abre o ano todo.


A vila de Coqueiro é um pequeno balneário a 30min de Parnaíba. Praia bonita e boa para banho. Os restaurantes são pé na areia e mais simpáticos que os de Atalaia.


Dia 4 Terça 
Siga para Barra Grande há 70km de Parnaíba. A estrada está ótima, só tenha atenção com os animais na pista. Dá pra pegar o caminho pelo litoral e ir parando nas praias. Atalaia, Coqueiro, Itaqui e Macapá são as mais conhecidas. Se for de transfer privado você pode negociar fazer o passeio das praias terminando no seu hotel em Barra Grande.


Lagoa do Portinho, no caminho para Barra Grande.
Essa vila praiana com ruas de areia tem praia de mar calmo com água quente, e excelentes opções de hospedagem e gastronomia. Ela ganhou fama internacional como destino para a prática de windsurfe. Com os turistas, veio também uma leva de pousadas charmosas e ótimos restaurantes. Você se surpreenderá com esse lugar ainda pouco conhecido pelos brasileiros. Essa será sua estadia até o fim da viagem. Aproveite o resto do dia na praia e não perca o pôr do sol. Inesquecível!




Dia 5  a 7 Quarta, Quinta, Sexta
Aproveite a praia e a vila. Há vários bares pé na areia. O mais famoso é o BGK, point do pessoal do kite. Outra opção é passar o dia no Bob Z, resort de praia onde você paga uma consumação mínima e pode usar a estrutura do hotel. Fica há 2km de Barra Grande no lugarejo chamado Barrinha. Se quiser fazer um passeio tem a observação de cavalos marinhos que você pode contratar na própria pousada. Você também pode fazer um curso de kitesurfe. As aulas são cobrada por hora.




Dia 8 Sábado
Volta para casa. O voo de volta sai 15h05 de Parnaíba e passa por Teresina (chega 15h45). Caso você esteja de carro alugado, provavelmente terá que devolvê-lo até meio-dia no centro de Parnaíba. Aproveite para almoçar e depois pegue um táxi até o aeroporto.

Obs: Para quem alugar carro, outra opção de roteiro é dividir a estadia em Parnaíba para passar a última noite lá. O tour pelas praias e/ou no Parque Nacional de Sete Cidades poderia ser feito na ida ou volta de Barra Grande. Ficaria assim:
Dia 1: Chegada em Parnaíba.
Dia 2: Passeio pelo Delta.
Dia 3: Retira o carro na locadora e vai para Barra Grande.
Dia 4 a 6: Barra Grande.
Dia 7: Retorna para Parnaíba e entrega o carro.
Dia 8: Volta para casa.

Custo dos passeios (os preços são de maio/2019):

Delta do Parnaíba

Tradicional
Sai às 9h30 e retorna às 14h30. Há parada para almoço e banho mas não inclui a revoada dos guarás.
Coletivo: R$70,00 por pessoa com almoço
Privativo: R$350,00 pelo barco para até 5 pessoas. Almoço não incluído. 

Revoada dos Guarás
Só tem Privativo. Passa pelo Delta com parada para banho na Ilha das Canárias. Preço: Pagamos R$170,00 por pessoa na agência Clip por indicação da pousada. O aluguel do barco para até 5 pessoas: R$450,00.

Alternativa: alugar uma lancha privativa para passar o dia e conjugar os dois passeios. Preço: R$800,00 na Clip. Um morador da cidade nos disse que indo ao porto você consegue negociar por menos.

Tour pelas praias
Visita as praias do Atalaia, Coqueiros, Itaqui e Macapá. Preço: R$350,00. Incluindo Barra Grande o passeio custa R$400,00.

Dica de transfer: como não conseguimos combinar nosso itinerário com os dias de transfer coletivo da Rota Combo, tivemos que fazer todos os deslocamentos de forma privada. Por indicação do hotel conhecemos o Júnior, que é taxista e tem uma pequena agência de turismo. Os carros são novos e bem equipados. Ele nos levou de Parnaíba para Barra Grande e depois para Jericoacoara de 4x4. Passamos por dunas, atravessamos rios em balças e paramos para almoço na Lagoa Grande, próximo à Tatajuba. A viagem foi ótima e já valeu como um passeio. Ele é super tranquilo, prestativo e pontual. Segue o contato: 86 9484-5233.

Nossa hospedagem

Hotel Casa de SantoAntônio: é o tipo de hotel que dá vontade de voltar. Instalado em um lindo casarão antigo cuidadosamente reformado e modernizado para receber o hóspede com todo o conforto. Decoração agradável,  roupa de cama e banho de qualidade, cama confortável, chuveiro bom, ar condicionado funcionando bem, tudo perfeito. A piscina em meio ao jardim é um oásis. Mas o que faz a hospedagem inesquecível são os funcionários. Simpáticos e atenciosos, nos deram várias dicas da cidade e providenciaram passeios e transfer. Mimos como um doce de boa noite, chá da tarde e até um lindo bolo de aniversário com direito a parabéns, também fizeram toda diferença.  Para completar, a chef de cozinha do restaurante é maravilhosa. Desde o café da manhã até o jantar, tudo delicioso. Localização central. Ótimo custo- benefício. A internet funcionou bem. Recomendo fortemente.



Barra Grande

La Cozinha: é um lindo hotel-boutique próximo à rua dos restaurantes e há 5min da praia. Os quartos ficam em cabanas individuais espalhadas pelo jardim. São confortáveis e bem decorados. O ar condicionado não estava funcionando bem no quarto em que ficamos e eles nos mudaram imediatamente. Tem uma piscina grande. Café da manhã bom e funcionários prestativos. A internet é o ponto fraco, muito inconstante. Pegava melhor no restaurante. Mas parece que esse é um problema em toda Barra Grande. O restaurante é um dos melhores da vila. Ótima opção para ficar em Barra Grande.


Restaurantes testados e aprovados

Parnaíba

Caranguejo Expresso - serve uma torta de caranguejo muito gostosa. Mas é um lugar simples. Divide um espaço aberto na Beira Rio com outros pequenos restaurantes. Dizem que quando está cheio o serviço é demorado, por isso convém ligar para encomendar.


Barra Grande

La Cozinha - considerado um dos melhores da vila. Comida com um toque de sofisticação usando ingredientes locais e de sua horta orgânica. No jantar pedimos o ceviche de entrada e como prato principal o pargo e o fettuccine com frutos do mar (dá para dividir). No almoço eles têm um menu de 3 pratos com ótimo preço.




– esse é outro restaurante muito recomendado. Vale a pena provar. Ele fica dentro da pousada Titas, escondido em uma rua paralela à principal. O espaço é lindo e a comida saborosa. O atendimento foi muito simpático. Inclusive para tirar nossas dúvidas sobre os pratos feitos com ingredientes regionais que não conhecíamos. Dividimos duas entradas e um prato principal. Tudo ótimo e bem servido.



BGK – para curtir a praia, o bar do hotel BGK é o mais estruturado. Você pode escolher ficar em espreguiçadeiras na areia ou em mesas de madeira na parte coberta. A comida é boa e o atendimento simpático. Eles possuem até uma escola de kitesurfe ao lado do restaurante para quem quiser se aventurar no esporte.


Pirata – outro bar de praia que recomendamos. Ele é novo e ainda não estava totalmente montado. Faltavam colchonetes para as espreguiçadeiras e os chuveiros de água doce estavam em construção. Mas tem uma decoração bacana, cardápio com boas opções e funcionários simpáticos e prestativos. Acredito que será um dos melhores da vila.



Sr. Kalango Foodpark - bem no centrinho da vila tem um espaço super bacana atrás da sorveteria Ora Bolas! com mesas e alguns food trucks. É uma opção mais informal para o jantar. Eles servem lanches como pizza e hambúrguer. Na alta temporada lota.