sábado, 30 de março de 2019

Caraíva - Leia antes de embarcar


Leia antes de embarcar

Quando ir: o clima em Caraíva é bom o ano inteiro. A máxima chega a 30°C no verão e a mínima a 20°C no inverno. A temperatura média gira em torno de 26°C. O problema é a chuva, que aparece em todos os meses do ano. Segundo o site Clima tempo, os meses de janeiro, fevereiro e de junho a setembro são mais secos. Para mais detalhes: https://www.climatempo.com.br

Quantos dias: para conhecer a vila e fazer os principais passeios 4 noites são suficientes. Para curtir o lugar de verdade eu ficaria uma semana.


Como chegar: Caraíva está localizado no sul da Bahia e faz parte do trecho chamado Costa do Descobrimento, que engloba Porto Seguro, Arraial d’Ajuda e Trancoso. Chegar lá exige um pouquinho de esforço e logística, você vai ter que 
passar por estrada de terra e atravessar rios. Mas não desista! Está tudo explicadinho aqui.

Carro: a BR101, que liga o país de norte a sul, é a estrada que você tem que pegar, não importa se sua viagem começa ao sul ou ao norte de Caraíva. Para quem sai do Rio de Janeiro, como nós, o trajeto mais curto é acessando a BA-283. Desse ponto são mais 40km em estrada de terra. Para quem parte do norte, melhor pegar a BR-367 em Eunápolis, que leva a Porto Seguro, e depois a BA-001 para Trancoso. Até aí a estrada é asfaltada. Após a entrada de Trancoso ela se transforma na BA-283, que como eu já disse não é asfaltada. São 110km da BR101 até o destino, sendo que 30km em estrada de terra.


Dicas:

Usamos o Google Maps e o Waze no trajeto e chegamos direitinho. Só aconselho baixar a versão off line do mapa da região no Maps, porque há vários trechos no caminho em que o celular não pega e a BA-283 é uma estrada secundária, que passa por pequenos povoados e no meio de plantações de eucaliptos onde não tem ninguém.
A viagem foi tranquila, mas é cansativa por causa do trecho de terra. A estrada está bastante esburacada, por isso não dá para correr. Tem que andar com calma.
Antes de entrar na BA-283 abasteça o carro. O posto mais próximo de Caraíva fica em Trancoso.


Avião: há voos direto saindo de várias capitais do Brasil para Porto Seguro. Pesquise em sites de busca como Skyscanner para descobrir as melhores opções.

Ônibus: para quem vai de ônibus, a parada inicial será Porto Seguro ou Eunápolis, dependendo da origem. Da rodoviária de Eunápolis parte ônibus da Viação Águia Azul para Caraíva. A viagem leva 4hs.

A partir de Porto Seguro você tem as seguintes opções:

Alugar um carro: só indico para quem pretende parar em outras cidades da rota, pois não é permitido circular de carro na vila. Você terá que deixar o carro em um estacionamento durante toda a estadia.

Ônibus: a Viação Águia Azul leva até Caraíva via Arraial d’Ajuda/Trancoso. Para pegar o ônibus você terá que atravessar de balsa o rio Buranhém, que separa Porto Seguro de Arraial d’Ajuda. O ponto fica do outro lado do rio próximo à balsa. Fique atento aos horários no site: http://www.viacaoaguiaazul.com.br

Táxi ou Transfer: é possível pegar um táxi no aeroporto ou contratar um transfer privado. Pesquise na internet por empresas que prestem o serviço.

O trajeto por terra leva cerca de 2h30. A estrada é a mesma até Caraíva, mas muda de nome no meio. Até a entrada para Trancoso ela se chama BA 001 e está asfaltada. Depois vira BA283 e o asfalta acaba.

Barco: encontramos uma família que contratou um transfer marítimo de Porto Seguro até Caraíva. Achei legal a ideia. Infelizmente não peguei o contato deles e não consigo achar na internet esse serviço, mas acredito que o hotel possa indicar. Sei que o custo é maior. Eles falaram que valeu a pena pelo número de pessoas (6). Além disso, o próprio trajeto já serviu como um passeio. Fica a dica.

Atravessando o rio Caraíva


Não importa o meio de transporte escolhido (salvo a lancha), chegando em Caraíva você terá que atravessar o rio de barco para chegar na vila. O serviço é prestado por barqueiros da região e sai a cada 10 min. Embora a viagem seja rápida, já vai te fazendo entrar no clima relax de Caraíva, onde não é permitido veículo motorizado.
DicaCaso você esteja de carro terá que deixá-lo em um estacionamento pago próximo ao píer dos barquinhos. Nós fizemos isso e não tivemos nenhum problema.


No acesso ao píer tinha uma espécie de bilheteria. Mas não  era para cobrança da travessia de barco, mas sim do chamado Ecoticket. Segundo informações ele seria usado na preservação do vilarejo, sendo que o pagamento era voluntário.


Ao desembarcar do outro lado você verá algumas carroças. Esse é o serviço de transporte de bagagem da vila. Vale a pena se sua pousada for distante ou sua bagagem pesada, pois as ruas são todas de areia.


Onde ficar: Caraíva é um destino rústico onde a maioria das hospedagens é simples. Piscina é item raro. Mas isso não quer dizer que falta conforto. A maioria dos quartos tem ar condicionado, cama boa, banheiro privativo e até tv. Você tem algumas pousadas perto da praia e os demais se espalham pela vila. O único problema é que você vai ter que andar sobre ruas de areia para se locomover. Por isso, eu não ficaria muito distante do centro da vila, que é onde rola o agito.

Adoramos esse lugar. Tudo novinho, limpo e funcional. Quarto amplo com ar condicionado e tv. Cama confortável e tudo de boa qualidade. Do nosso quarto dava para ver um pedacinho do mar. A localização não é super central, tínhamos que caminhar uns 15min até a rua principal e a praia. Mas não foi problema. Eles não servem café da manhã, mas indicam alguns lugares caso você não queira comprar seu próprio café para tomar no quarto, que conta com frigobar, cafeteira e biscoitinhos. Para quem vai em grupo ou com a família, há um apartamento com dois quartos e cozinha. O proprietário, Técio, é super atencioso e nos deu todas as dicas. Ótimo custo-benefício.




Para quem prefere algo no estilo rústico chique, vai gosta da Villa Fulô(foto) e da Caraíva Bela Vista. Ambas capricham na decoração e têm piscina.


Locomoção: pés, carroça e buggy só para os passeios (o ponto de encontro é na praia).

Alimentação: impressionante como um lugar pequeno e de difícil acesso tem tantas opções gastronômicas. Você vai encontrar vários restaurantes charmosos e com comida excelente. Os que mais gostamos:

Cachaçaria Caraíva – todo mundo indica e quem vai adora. O ambiente é bacana, a comida saborosa e os funcionários simpáticos.


Boteco do Pará – é um point pós-praia. Fica na beira do rio em uma localização estratégica para assistir ao pôr-do-sol acompanhado de uma cerveja gelado e do famoso pastel de arraia.



Culinária Central – esse restaurante fica fora do centrinho. As grandes mesas de madeira se espalham pelo jardim sob a sombra das árvores. Ótima pedida para aquele almoço tardio. Pedimos uma chapa de frutos do mar grelhados dos deuses.




Beco da Lua - na rua principal tem uma entrada para esse espaço super bacana com vários stands de comida e bebida. Logo no início há um pequeno palco com ótimos shows.



Cantinho da Duca (café da manhã) – ao entrar na casa você já sente o clima zen. A Duca, que dá nome ao lugar, serve pessoalmente as mesas e esbanja vitalidade. Você fica em mesas coletivas e enquanto espera trazerem o café se distrai lendo os textos espalhados pelas paredes. O café é simples, mas completo e quase todos os produtos são feitos lá mesmo. Funciona como restaurante também.




Noite

O vilarejo tem uma noite bem animada. Todo dia tem show em algum lugar como no restaurante pé na areia Coco Brasil ou no Boteco Nosso Canto (foto).


Forró - tem dois famosas casas de forró em Caraíva, Forró do Pelé e Forró do Ouriço. Começa depois da meia-noite.




Compras:

Feirinha na beira rio: no centro há uma feirinha de artesanato. São apenas algumas barracas e os produtos repetidos. Muita coisa bonita em madeira, tábuas enormes, fruteiras e outros utensílios com ótimos preços. Você pode negociar, mas o preço não muda muito. Acabamos comprando com a vendedora mais simpática. Alguns aceitam cartão.

Atelier de Sophie Alves - fiquei apaixonada pelos produtos dessa artista. Eu cheguei a ver uma de suas almofadas em Trancoso sendo vendida pelo triplo do preço.



Dicas práticas:

Dinheiro – não há caixa eletrônico em Caraíva. Restaurantes e pousadas costumam trabalhar com cartão. Leve dinheiro para pagar os passeios.

Repelente – lembre-se de levar, pois tem bastante mosquito por lá.

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Praia do Espelho

Ponta do Corumbau


Praia do Espelho

A natureza caprichou muito aqui.

Essa praia é um absurdo de bonita, digna de todos os elogios que se ouve por aí. Ela fica entre Trancoso e Caraíva. Você pode contratar um passeio ou ir com seu carro.

Nós aproveitamos para visitá-la quando deixamos Trancoso e fomos para Caraíva. O acesso é por estrada de terra. Um pouco antes da chegada você já vai avistar placas de estacionamento.  Nós ficamos em um que tinha banheiro e chuveiro. Pagamos R$20,00. Depois de estacionar sob a sombra de árvores que dividem espaço com os carros, você tem que caminhar por uma pequena trilha para chegar na praia.  


Chegando à praia, você se surpreenderá com a estrutura. Os restaurantes espalham suas mesas de madeira entre a sombra de árvores de um grande gramado. E tudo isso de frente para a praia, a poucos passos de um mergulho. 


Ou seja, além de uma praia linda, você encontra uma estrutura legal e variada.



Mas tudo isso tem um preço. Os restaurantes da praia trabalham com sistema de consumação mínima, que varia de acordo com a época. Quando fomos, alta temporada (Carnaval), a consumação estava em R$150,00 por mesa. Se você for passar o dia e almoçar vai gastar até mais do que isso. Caminhando pela praia encontramos um restaurante menor no canto esquerdo, próximo das falésias, que cobrou R$70,00 de consumação com direito a cadeira na areia. Estava tudo ótimo e fomos super bem atendidos.



Dica: não deixe de consultar a tábua de marés para ir na maré baixa e aproveitar as piscinas naturais que se formam. E, caso você esteja sem dinheiro em espécie, consulte se o bar que você escolheu tem a máquina para débito/crédito, pois nem todos aceitavam. Além disso, não há caixas eletrônicos no local.

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Ponta do Corumbau

quinta-feira, 21 de março de 2019

Caraíva


Caraíva entrou no nosso roteiro por acaso. Faltando uma semana para o Carnaval decidimos ir de carro para Trancoso, no sul da Bahia. Como Caraíva ficava no caminho, pensamos: por que não conhecer? E foi amor a primeira vista! 




Caraíva é uma vila de casas coloridas e ruas de areia. Para chegar você precisa pegar um barquinho e atravessar o rio de mesmo nome.



Veículos automotores não são permitidos por lá. O único meio de transporte disponível é a carroça.


As pessoas que vivem na região são muito simpáticas e prestativas. Com certeza o ritmo mais lento do lugar ajuda a manter esse clima relax que rapidamente contamina os turistas.



Outra coisa que adorei foi a mistura de pessoas de todos os estilos convivendo harmoniosamente. Caraíva recebe mochileiros solitários, grupos de amigos, famílias e casais. Você pode escolher acampar, ficar em um quarto básico ou se hospedar em uma pousada decorada no melhor estilo rústico-chique.


No final todo mundo se encontra na Praia da Barra e depois vai ver o pôr do sol comendo pastel de arraia nos bares da beira-rio.


Quando a noite chega, o point é a rua principal, repleta de restaurantes charmosos e lojinhas bacanas.



Mas Caraíva não abandona suas raízes. Há diversos bares menos moderninhos espalhados pela vila.


E depois da meia-noite, quando você pensa que o dia acabou, começa o tradicional forró, que segue madrugada adentro.


Não é para se apaixonar por um lugar desses?


O que fazer:

Prainha da Barra – o mar em Caraíva é forte, nem todo mundo se aventura. O legal é curtir a praia na Barra, faixa de areia no ponto onde o rio encontra o mar. As barracas que servem bebidas e petiscos fornecem cadeiras e guarda-sol (a maioria não aceita cartão). O dia passa que a gente nem sente e só lembra de ir embora quando a maré começa a subir.



Praia de Caraíva - embora o mar não seja muito tranquilo, a paisagem é bonita. Dá pra passar o dia nas espreguiçadeiras do Bar da praia, restaurante anexo à Pousada Casa da Praia.


Praia do Satu – para quem tem tempo e disposição, a melhor forma de chegar nessa praia é caminhando pela areia. Mas só é possível fazer isso na maré baixa. Você atravessa o rio Caraíva de barco e segue pela praia. São uns 45min de caminhada. Lá você vai encontrar o Satu Beach Club, que todo mundo recomenda. Além da praia, há duas lagoas de água doce. Para quem não encara a caminhada, dá para ir de barco ou buggy. Não conseguimos ir, mas voltando em Caraíva é um dos passeios que não vou deixar de fazer.

Descer o rio de boia – essa é uma aventura super recomendada em Caraíva. Várias empresas fazem o passeio. Elas levam o grupo até um determinado ponto do rio e de lá todo mundo desce naquelas boias enormes até a foz. O horário do passeio depende da maré, pois ela muda a correnteza do rio. No Carnaval dezenas de pessoas se reúnem fantasiadas para descer o rio Caraíva em boias. É um dos maiores eventos da região. Estávamos em Trancoso no dia e tinha gente que foi para Caraíva especialmente para participar da brincadeira. Imperdível!


Ponta do Corumbau – com um visual paradisíaco e água morninha, esse enorme banco de areia que adentra o mar de forma caprichosa é um dos lugares mais bonitos do litoral baiano. E fica pertinho de Caraíva. Basta contratar um buggy para te levar e buscar no horário combinado. Mas não se esqueça de consultar a tábua de marés, pois o banco de areia que forma a Ponta do Corumbau só aparece quando a maré está baixa. Contamos os detalhes do passeio nesse post: Ponta do Corumbau


Praia do Espelho – essa praia é um absurdo de bonita, digna de todos os elogios que se ouve por aí. Ela fica entre Trancoso e Caraíva. Você pode contratar um passeio ou ir com seu carro. O acesso é por estrada de terra. A estrutura da praia é boa, com restaurantes pé na areia. Fizemos um post com todos os detalhes: Praia do Espelho
Dica: não deixe de consultar a tábua de marés para ir na maré baixa e aproveitar as piscinas naturais.


Tribo Pataxós – há 6km de Caraíva você pode visitar a Aldeia Pataxó de Barra Velha que fica dentro do Parque Nacional do Monte Pascoal. Nós não fomos e não sei se vale a pena, pois me pareceu o típico passeio para turista ver. Pode ser interessante conversar com os indígenas, ver como eles vivem atualmente e comprar artesanato. Você pode fazer o passeio de buggy, carroça, cavalo ou até ir a pé se tiver disposição.